Análise do iPhone 13 Pro Max: Review

O iPhone 13 Pro Max tem tudo o que poderíamos esperar de um smartphone topo de gama. Com um preço de 1280 €, mas que na Amazon está a um preço bem melhor, este iPhone está equipado com um ecrã com uma taxa de atualização de 120 Hz, o desempenho mais rápido de qualquer aparelho e duração de bateria épica.

Mas são as câmaras do iPhone 13 Pro Max que colocam este smartphone no topo, já que são as melhores que já vimos num smartphone. O utilizador pode gravar vídeos no modo ‘Cinematográfico’, escolher os seus próprios estilos fotográficos e tirar fotos super close-up com um novo modo macro que alavanca a câmara ultra-grande angular.

A saliência da câmara do iPhone 13 Pro Max é definitivamente mais proeminente neste smartphone, muito por causa dos sensores maiores, e o design geral é mais robusto do que o do iPhone 12 Pro Max. A duração da bateria é uma das melhores características deste smartphone. Trata-se da bateria mais duradoura de sempre, em qualquer aparelho deste género. Dura 12 horas numa utilização contínua e desprovida de poupanças, mas para um utilizador médio pode durar uns espantosos 2 ou 3 dias.

Design

O iPhone 13 Pro Max mantém as bordas planas do iPhone 12 Pro Max, mas tem uma aparência um pouco diferente. Por um lado, o conjunto de câmaras é maior do que antes, por isso ocupa um pouco mais de espaço na parte de trás do aparelho.

Ao contrário de muitos smartphones Android com visores suavemente curvados nas bordas, a Apple ainda tem uma pequena moldura ao redor do visor. Os trilhos nas bordas são de aço inoxidável brilhante que detecta impressões digitais, e o vidro na parte traseira é de um fosco liso. A frente usa o acabamento ‘Ceramic Shield’ da Apple para evitar rachaduras, e as lentes da câmara são de safira. É um smartphone bonito, mas ainda existe espaço para melhoramentos no futuro iPhone 14.

Com um peso de 240 gramas, o iPhone 13 Pro Max é notavelmente mais pesado que seu predecessor de 228 gramas. Mas isto é normal, dado que tem uma bateria maior.

No lado positivo, o entalhe do iPhone 13 Pro Max é um pouco menor no visor, já que a Apple o encolheu em 20%, mantendo a mesma tecnologia-chave de Face ID. Não tem uma aparência de visor inteiro, mas é uma melhoria em relação aos iPhones recentes.

Um ponto negativo no design do iPhone 13 é que ele não oferece Touch ID, seja no botão ligar/desligar ou por baixo do ecrã. No momento em que muitas pessoas ainda usam máscaras em locais públicos, seria bom ter uma maneira alternativa de desbloquear facilmente os nossos iPhones.

O iPhone 13 Pro Max vem em quatro cores: grafite, ouro, prata e azul serra.

Ecrã

A maior atualização no visor do iPhone 13 Pro Max – e a maior atualização geral – é o novo ecrã ProMotion. Este painel de 6,7 polegadas pode dimensionar dinamicamente a sua taxa de atualização de 10 Hz a 120 Hz, o que resulta num desempenho geral muito melhor e animações mais suaves.

Esse benefício também é transferido para outras atividades, como passar de uma aplicação para outra sem retornar ao ecrã inicial. Mas o melhor está nas aplicações que tiram proveito do ProMotion, especialmente no que diz respeito ao gaming.

Outra vantagem no ecrã do iPhone 13 Pro Max é o seu brilho aumentado. Tem uma média de 837 nits com o Adaptive ativado e 1.038 nits com o Adaptive ativado. O iPhone 12 Pro Max teve em média 654 nits com Adaptive desligado. O Galaxy S21 Ultra atinge o máximo em 821 nits.

Deslocar o dedo para cima ou para baixo no ecrã do iPhone 13 Pro Max é muito suave. Por exemplo, se o utilizador estiver a ler um texto, o mesmo permanece legível em vez de se tornar um borrão. As coisas que se movem no visor parecem mais suaves. Trata-se de uma interação direta com o utilizador, dado que o iPhone pode literalmente alterar a sua taxa de atualização para corresponder ao movimento do dedo.

Câmaras

O iPhone 13 Pro Max tem uma maior gama de câmaras por um motivo. A câmara wide principal da Apple é a maior da empresa até agora, com pixels de 1,9 μm (acima de 1,7 μm), oferecendo uma abertura f / 1.5, que é classificada para fornecer 49% mais luz do que o iPhone 12 Pro Max. E a câmara ultralarga oferece uma abertura de f / 1.8 para fotos mais brilhantes, ao mesmo tempo que oferece um campo de visão mais amplo.

O zoom no iPhone 13 Pro Max também ganha um impulso, já que a lente telefoto do iPhone 13 Pro Max oferece um zoom ótico 3x, melhor do que os 2,5x no iPhone 12 Pro Max.

E há mais atualizações de câmara para além do hardware. Por exemplo, este smartphone aproveita a câmara ultralarga para capturar imagens a até 2 cm de distância.

Outro recurso novo da câmara do iPhone 13 são os estilos fotográficos, que permitem que o utilizador escolha como deseja que as suas fotos pareçam em termos de tom e calor. As opções incluem padrão, contraste rico, vibrante, quente, frio. E é possível ajustá-los conforme cada um achar necessário.

Modo Cinematográfico

Os anúncios sobre o iPhone 13 Pro Max mais chamativos da Apple são para o Modo Cinematográfico. Trata-se de um modo totalmente novo para o iPhone que usa software para desfocar o fundo de um vídeo, assim como o modo retrato faz para fotos. Ao contrário do Modo Retrato, o Cinematográfico não tira proveito do sensor LIDAR do iPhone 13 Pro para criar um mapa de profundidade – ele apenas usa um software para reconhecer rostos e corpos humanos.

O motivo pelo qual o modo Cinematográfico é um excelente recurso de vídeo é que ele pode mudar automaticamente o foco quando algo acontece na cena. Ele fixa-se no maior rosto que vê, mas se esse rosto se virar o iPhone pode mudar automaticamente o foco para outra pessoa no fundo.

O modo de vídeo cinematográfico no iPhone 13 Pro Max é tão bom que nós até nos sentimos como um realizador de Hollywood. Os vídeos possuem efeito bokeh e mudam automaticamente o foco para vários assuntos, dependendo do que está acontecendo no quadro geral. Infelizmente, a resolução do modo ‘Cinematográfico’ é limitada a 1080p em toda a gama do iPhone, pelo que não é possível ter vídeos no modo retrato e qualidade 4K ao mesmo tempo.

Desempenho

Graças ao seu novo chipset A15 Bionic, o iPhone 13 Pro Max é ridiculamente rápido – conquistou o título de smartphone mais rápido do mundo. Para quem adora gaming, este é o smartphone ideal.

Em termos de benchmarks, o iPhone 13 Pro Max mais uma vez destrói a competição Android. No Geekbench 5, que mede o desempenho geral, este iPhone obteve uma pontuação multi-core de 4.549 e uma pontuação single-core de 1.720. O Galaxy S21 Ultra atingiu 3.440 e 1.123, respetivamente, enquanto que o iPhone 12 Pro Max atingiu 4.111 e 1.603.

Também temos um aumento gráfico no iPhone 13 Pro Max, uma vez que saltou à frente da concorrência no teste ilimitado 3DMark Wild Life. Ele registou uma taxa de quadros de 68,4 quadros por segundo, em comparação com 54 fps para o iPhone 12 Pro Max e 34 fps para o Galaxy S21 Ultra.

A edição de vídeo também é um trabalho rápido neste smartphone, dado que leva apenas 25 segundos para o iPhone 13 Pro Max transcodificar um arquivo 4K para 1080p na aplicação Adobe Premiere Rush.

O armazenamento básico ainda começa com 128 GB, mas na extremidade superior há uma nova opção de 1 TB. Trata-se de uma quantidade ridícula de armazenamento para um smartphone, mas para quem pretende gravar inúmeros vídeos é algo a considerar.

Bateria

O 13 Pro tem uma bateria 11% maior do que a do 12 Pro, e a bateria do 13 Pro Max é espantosamente 18,5% maior. As melhorias em relação aos modelos 12 Pro são uma hora e meia a mais de uso no 13 Pro e duas horas e meia no 13 Pro Max – e o 12 Pro Max já era um monstro de duração da bateria.

Chegamos agora a uma das melhores partes da nossa análise do iPhone 13 Pro Max: a durabilidade da bateria. Graças a uma bateria maior e outros aprimoramentos, o iPhone 13 Pro Max dura umas fantásticas 12 horas numa utilização contínua e sem grandes poupanças, durando mais uma hora do que o seu antecessor 12 Pro Max.

As boas notícias acabam quando chegamos ao carregamento, já que o iPhone 13 Pro Max atinge apenas 50% da capacidade após 30 minutos usando um carregador UBC-C de 20W, enquanto outros smartphones como o OnePlus 9 Pro e Xiaomi 11T Pro podem chegar a 100% em 30 minutos ou menos. O carregamento MagSafe, embora conveniente, é ainda mais lento com 15W.

Mas ainda sobram algumas boas notícias. O iPhone 13 Pro Max pode chegar a 100% em 90 minutos bastante rápidos se usarmos um carregador de 30W de maior potência. Esse carregador custa pouco mais de 40 €.

iOS 15

O iOS 15 não é um grande salto em comparação com o iOS 14 em termos de adição de widgets, mas oferece algumas atualizações inteligentes e divertidas. O FaceTime obtém algumas melhorias de áudio e vídeo necessárias e uma atualização futura do iOS 15 permitirá que o utilizador ouça música ou assista a filmes ou programas de TV com os amigos ou a família. E a aplicação Mensagens tem uma nova área ‘Partilhado Contigo’ para facilitar o acesso a fotos, artigos e muito mais.

O novo recurso Focus no iOS 15 é especialmente bom: permite filtrar notificações com base no que o utilizador está a fazer. As notificações também são mais simplificadas, graças a uma nova visualização de resumo para que não fiquemos sobrecarregados.

Outras novidades do iOS 15 incluem um Safari, uma aplicação ‘Tempo’ com mais recursos e uma aplicação ‘Mapas’ aprimorada com mais detalhes e melhores vistas das estradas. Por último, mas não menos importante, o ‘Live Text’ oferece poderes semelhantes aos do ‘Google Lens’, reconhecendo texto em tempo real por meio da câmara para pesquisar coisas.

Veredito

O iPhone 13 Pro Max é aquele smartphone raro que recebe uma classificação de 5 estrelas. O comprador recebe câmaras e recursos de gravação de vídeo superiores – incluindo o modo ‘Cinematográfico’ e o modo macro muito atraentes –, um desempenho incrível e um visor de 120 Hz muito responsivo. Ainda mais, a duração da bateria é uma das melhores entre todos os smartphones à venda.

Pontos positivos também para o zoom ótico 3x e o zoom digital 15x, o ecrã mais brilhante e o entalhe um pouco menor em comparação com o 12 Pro Max. Falta apenas um carregamento mais rápido e um design mais elegante com o iPhone 14, com menos impacto da câmara e talvez uma aparência de visor inteiro.

Alguns podem simplesmente preferir o iPhone 13 Pro porque ele é menor e mais leve, dado que não existem outras diferenças funcionais entre os dois aparelhos. Mas se você preferir um ecrã maior, o iPhone 13 Pro Max é a coisa mais próxima da perfeição que poderá obter num smartphone.

Por menos de 1200€, o iPhone 13 Pro Max vale cada cêntimo. Trata-se de um dos melhores smartphones de sempre, repleto de recursos de última geração e extremamente confiáveis.

Novo iPhone divide opiniões por ainda ter botão home; Apple parou no tempo?

O iPhone SE (2022) é o novo celular de entrada da Apple e começa a ser vendido em vários países nesta sexta-feira (18) —no Brasil ainda não há uma data oficial, mas já existe um preço oficial: a partir de R$ 4.199.

O novo iPhone foi um dos grandes destaques do primeiro evento da empresa deste ano, realizado na última semana. Contudo, o lançamento voltou a trazer questionamentos sobre a falta de inovação da Apple em termos de design, algo que tão marcante para a empresa cofundada por Steve Jobs.

Na contramão da concorrência com telas infinitas e dobráveis, o aparelho ainda possui um botão com sensor de impressão digital —que a Apple lançou em 2013 e começou a "matar" em 2018. E bordas... muitas bordas em uma tela de 4,7 polegadas (11,9 cm).

Esse contexto deixou algumas pessoas com a sensação de que a Apple parou no tempo. Mas ela parou mesmo? A resposta não é simples e envolve, no mínimo, três "depende".

O primeiro tem a ver com o entendimento de onde a Apple encaixa sua linha iPhone SE diante dos aparelhos que ela continua vendendo atualmente: iPhone 11 e telefones dentro das famílias iPhone 12 e iPhone 13 (que possui quatro versões).

iPhone SE 2022 tem uma tela de 4,7 polegadas Imagem: Divulgação/Apple

1. Para quem é o iPhone com botão?

O iPhone SE deste ano chega em sua terceira geração. O processador potente igual ao da linha 13 e o menor preço são as principais estratégias usadas para convencer consumidores que nunca tiveram um telefone da empresa ou que possuem versões bem antigas.

Com preço definido em US$ 429 nos EUA, trata-se do valor mais em conta entre os aparelhos que compõem o atual portfólio da empresa norte-americana. A mesma coisa acontece no Brasil.

O iPhone 11, por exemplo, foi lançado em setembro de 2019 e ainda é vendido pela Apple. Ele começa custando R$ 4.999. Ou seja, R$ 800 a mais do que o SE deste ano.

iPhone 11 tem duas câmeras principais; iPhone SE (2022) tem apenas uma Imagem: Divulgação

Para conseguir manter o menor valor em comparação com outros telefones da marca, a Apple usa o corpo de um iPhone antigo --no caso o do iPhone 8, deixa de lado algumas inovações, mas integra especificações técnicas mais atuais, de 2021, no caso. Essa

"receita de bolo" é tradicional em toda a linha SE.

Em poucas palavras, temos neste ano um celular que, tirando o design velho, possui melhor processador e um atualizado sistema de processamento de fotos (com inteligência artificial), e custa menos que o iPhone 11.

E aqui vale uma dica. Se você é uma pessoa que tem mais para gastar, quer um celular da Apple e ama um telefone pequeno, pesquise o iPhone 12 mini e o iPhone 13 mini. A tela deles segue o padrão "infinito" e ambos têm reconhecimento facial— que não está presente no SE 2022.

A Tilt, a Apple destaca que o foco é tornar o iPhone SE o primeiro celular da empresa para muita gente, com alta performance.

"O iPhone SE é um dos favoritos de nossos usuários atuais e de novos clientes do iPhone, com design, desempenho e formato que se encaixa na mão", afirma Kaiann Dramce, vice-presidente de marketing global de produtos para iPhone da Apple, a Tilt.

2. Mas não dava mesmo para tirar o botão?

Vamos para o nosso segundo "depende". O botão home não é apenas para navegar no celular. Ele funciona como um recurso de segurança, por ter um leitor de impressão digital integrado — o Touch ID— para desbloqueio da tela e autenticação de compras online, por exemplo.

Logo, se a empresa tivesse tirado essa tecnologia de jogo, não justificaria ter um aparelho com botão em 2022. Caso ela optasse por fazer isso, o preço provavelmente seria impactado — para mais.

Versão do iPhone SE lançado pela Apple em 2020 Imagem: Divulgação/Apple

Em resposta a Tilt sobre a decisão de continuar com um botão na linha SE, a empresa afirma que a tela de 4,7 polegadas com o Touch ID continua muito popular entre os usuários do iPhone.

Além disso, a companhia ressalta que o aparelho tem desempenho rápido do processador A15 Bionic, além do que os clientes podem obter nessa faixa de preço.

3. Existem consumidores que curtem o botão

Além do fator economia ao usar uma estrutura de celular antiga, que não exige grandes ajustes para tornar o telefone comercialmente viável, existe uma linha de fãs da Apple que amam o botão físico. Em uma busca rápida na internet, é possível sentir um pouco dessa relação.

iphone de botao mil vezes melhor q face ID -- Lol (@carol_furlaan) March 11, 2022

eu vejo iphone de botao como algo mais vintage e afins, parem de te inveja -- (@biaguassu) March 16, 2022

saí do iphone de botão e queria dizer que é ruim demais sem botão home -- André (@andrerr_b) March 16, 2022

gente? qual o problema agora com iPhone de botão? eu gosto tanto do meu -- Samarinhaa (@santasonsa) March 17, 2022

Sim, ainda não troquei de celular pq sou apegada ao botão home -- Anna (@AlyceFilgueiras) March 14, 2022

A dificuldade de desbloquear o iPhone durante a pandemia de covid-19 por causa das máscaras também fez muitos donos do celular da empresa sonhar com a volta do sensor de impressão digital no aparelho.

Claro, não uma estrutura grande ocupando parte do celular, como a do iPhone SE (2022). Mas no botão de liga e desliga, como já funciona com a linha iPad Air.

A Apple lançou o primeiro iPhone SE em 2016. Modelo marcou a volta da empresa de tecnologia às telas de quatro polegadas para smartphones Imagem: Divulgação

E por que dizem que a Apple não inova mais?

Como dito anteriormente, o iPhone SE (2022) tem um corpo bem antigo, mais precisamente de 2017 — alguns ainda veem semelhanças com o iPhone 6, de 2014. Mas, apesar disso, outra razão para essa falta de grandes atualizações no "look" do celular é que a Apple vem nos últimos anos investindo muito mais em melhorias internas do que externas.

Para entender esse cenário, é preciso voltar um pouco no tempo. Em 2007, quando o primeiro iPhone foi lançado, a Apple foi na contramão do mercado, removendo o teclado físico tradicional nos celulares e inserindo um teclado virtual, o que fez com que a tela de seu telefone fosse muito maior do que a de qualquer concorrente.

Primeiro iPhone Imagem: Reprodução

A ideia de aumentar a tela não se perdeu desde então. Pelo contrário, com os smartphones rodando cada vez mais jogos, filmes e séries, os consumidores continuaram buscando telas grandes e com boa definição de imagem para satisfazer a experiência.

Um dos marcos da empresa nesse ponto foi com o lançamento do iPhone XS Max (6,5 polegadas; 16,5 cm), que ficou conhecido como o maior celular já feito pela empresa... até o iPhone 12 Pro Max (6,7 polegadas = 17 cm).

iPhone XS Max inaugurou linha de celulares da Apple com telas grandes Imagem: Bruna Souza Cruz/UOL

A questão é que para quem vê de fora a Apple parou por aí em termos de visual. E não é de tudo mentira. O entalhe, nome dado ao corte na parte superior da tela, onde se encontra a câmera frontal e sensores de reconhecimento facial, ainda é muito grande comparado aos concorrentes.

Apenas no ano passado foi que o iPhone apresentou um recorte 20% menor —mas ainda grande— depois de anos mantendo a mesma coisa. Na parte traseira, as câmeras ganharam estruturas levemente diferentes. Mas nada radical.

Inovação certamente está onde "ninguém vê"

As mudanças que a Apple tem adotado ano a ano não são mais tão visíveis, o que não significa que não existem.

O investimento em evolução tem sido interno: seus processadores mais recentes usam tecnologia de 5 nanômetros, com quase 15 bilhões de transistores para lidar com as tarefas mais exigentes. O processador estreou na família iPhone 12, o que marcou o início de uma nova era de tecnologia de chips.

O iPhone 13 conta com uma CPU de 6 núcleos, que a empresa diz ser 50% mais rápida que qualquer outra do mercado, e com uma GPU de 4 núcleos, tornando-a até 30% mais rápida que as demais.

14.set.2021 - resumo do processador A15 Bionic Imagem: Reprodução

Enquanto a GPU se ocupa em processar gráficos de forma detalhada, tornando as imagens mais bem definidas, a CPU é responsável pelo processamento dos demais dados. Ou seja, a linha mais recente do iPhone tem uma ótima combinação de uma placa de vídeo potente com um cérebro veloz para realizar suas tarefas.

Além disso, o chamado Neural Engine, mecanismo de inteligência artificial do iPhone, é capaz de realizar até 15,8 trilhões de operações por segundo, de acordo com a empresa, o que permite ao aparelho ter um aprendizado de máquina ainda mais rápido. Um processador com IA poderosa como essa consegue rodar bem jogos pesados e fazer fotos melhores.

O resultado pode ser avaliado em testes de benchmark, feitos para comparar o desempenho de diferentes softwares e hardwares. Em um deles, conduzido pela revista PCMag, o iPhone 13 Pro Max entregou uma performance 35% mais rápida que o Samsung Galaxy S22 Ultra, o melhor da mais recente linha da empresa sul-coreana.

A ótima performance continua sendo o destaque do iPhone. Contudo, as inovações internas também consomem bateria de forma mais rápida, e esse ainda é um grande calcanhar de Aquiles da marca: na comparação custo-benefício, os iPhones com bateria mais potente são sempre os mais caros, o que limita o poder de compra de muitos consumidores.

iPhone 14 pode ter novidade em design

Como é tradição anual, espera-se para setembro deste ano o anúncio de um novo iPhone, o 14, provavelmente. Dessa vez, uma das principais especulações envolve o design: o entalhe será finalmente reduzido?

É o que alguns analistas de mercado acreditam. Talvez, a Apple adote— com anos de atraso— o entalhe em formato circular para a câmera e uma pequena faixa para os sensores de reconhecimento facial.

Outra aposta do mercado é que o iPhone 14 pode ter um sensor de impressão digital sobre o botão de ligar e desligar o celular, como smartphones de diversas outras marcas já possuem. Se implantada, essa mudança não dispensaria o uso de Face ID, que segue sendo um dos marcos em tecnologia popularizado pela Apple.

Ter um iPhone com sensor de impressão digital na tela não parece estar nos planos próximos da Apple. Não, pelo menos, segundo os rumores.

iPhone 12 Pro Max: um review de quarentena

iPhone 12 Pro Max

Falar de iPhones, para mim, é uma tarefa satisfatória e difícil ao mesmo tempo. Eles entram na categoria única de produtos que a chance de serem ruins/problemáticos é ínfima e são recomendáveis de forma automática, mesmo antes de chegar às mãos do consumidor (e eu quase nunca escrevi reviews pessoais de iPhone, mas colaborei com vários para o Link, por sinal).

Amazon Kindle são produtos assim, os Samsung Galaxy série S/Note chegaram lá também – para ficar em poucos exemplos. E por conta de velhos tempos com dólar mais baixo, sou consumidor Apple desde 1999. É a marca que eu uso todo dia praticamente na minha vida profissional (tirando os PCs das redações, claro).

E existe o frenesi midiático em torno da marca que, confesso, sou parte e também envolvido por ele. Tim Cook não pode dar um passo para a frente que sai na imprensa, blogs, YouTube. Tanto que a fábrica de rumores para um próximo iPhone em 2021 segue a todo vapor (mesmo com o 12 tendo sido lançado… agora!). Basta colocar qualquer nome de produto da Apple na chamada da newsletter que ela vai ser a mais lida do mês (vide a última edição, sobre AirPods Max) – quiçá do ano. Enfim, divago.

Estou usando o iPhone 12 Pro Max como aparelho principal desde um pouco antes do lançamento no Brasil, no começo de novembro. É curioso voltar ao iOS depois de um tempo de Android (até então, meu aparelho principal era o Galaxy S20 Ultra): tem coisas novas-que-eram-velhas no Android, como os widgets. Tem um novo modo de organizar apps em Biblioteca que ignorei (sou o doido das pastas e gosto de uma tela principal apenas, independente da plataforma).

As câmeras, sem uma capinha, ficam expostas e criam um degrau na traseira (e, como dá para ver na foto, ficam um pouco sujas)

E tem a velha e boa integração entre produtos Apple (sejam os Powerbeats Pro que alternam sem esforço entre iPad, Macbook Pro e iPhone ou a continuidade de navegação e senhas integradas no Safari entre iPhone e Macbook, para ficar em um exemplo).

Sigo prático em relação aos widgets nas duas plataformas: se traz algo importante, vou usar – seja a previsão do tempo ou a quantidade de bateria no telefone/Apple Watch/fone de ouvido sem fios conectado no momento (independente da marca).

Hardware

Os quatro modelos de iPhone 12 (mini, 12, 12 Pro, 12 Pro Max) vêm com o processador Apple A14 Bionic, um SoC de 5 nanômetros com CPU, GPU e Neural Engine (para aprendizado de máquina). Os modelos Pro se diferenciam pela câmera extra (zoom) e o novo-e-incrível LiDAR, mas como estou com o Pro Max, vou falar dele apenas.

iPhone 12, iPhone 12 Pro Max e eu exagerei nos filtros dessa foto de forma proposital

A tela OLED de 6,7″ é incrível – e fico feliz de ver OLED em toda família de 2020. E tem toda a discussão filosófica de reviews técnicos que reclamam que a Apple não coloca RAM, bateria suficientes (em comparação ao mundo Android) nem uma tela com taxa de atualização de 120Hz.

Sempre lembrando aos críticos (e aos esquecidos) que a integração de hardware e software da Apple são incríveis e dá mais certo com menos recursos que um Android – lá, o Google cria o sistema operacional, os fabricantes do ecossistema integram do melhor jeito possível seu hardware. A Apple controla tudo, e isso é excelente.

Por isso usar o iPhone 12 Pro Max com “apenas” 6GB de RAM (Androids já chegam a 12GB!) e “somente” 3.687 mAH de capacidade de bateria (5.000 mAH no S20 Ultra) são mais que suficientes. O desempenho é rápido demais, quase não trava (em pouco mais de um mês, tive um incidente isolado em que a câmera True Depth frontal travou – acho – e não desbloqueou a tela nem abriu a opcão de digitar a senha), mesmo com alto nível de pós-processamento nas câmeras as fotos não demoram entre uma e outra – para ficar em um exemplo. E vale lembrar que a Apple não divulga RAM e capacidade de bateria (vi essas specs no GSM Arena).

Detalhes do iPhone 12 Pro Max

Integrado? Sim. A bateria do 12 Pro Max, menor que a do S20 Ultra, dura a mesma coisa dentro de casa. Minha rotina da pandemia é carregar pela manhã, usar bastante durante o dia (FOMO, afinal), chegar ao fim do dia com uns 40% (por volta das 20h) e dar uma pequena recarga à noite para ver Tiktoks antes de dormir. Acordo no dia seguinte com 50-55%, basta repetir o ciclo. E isso tudo ocorre graças ao hardware muito bem integrado ao software, que controla de forma eficiente. Na vida real, duraria um dia todo, com certeza.

Tem a questão do carregador. Uso o cabo Ligthning para USB-C fornecido na caixa do iPhone com o carregador de 25W do Galaxy S20 Ultra que fica 2e não tenho problemas. Na sala, à noite, uso o carregador e cabo da Anker. Como já disse na newsletter, a Apple só abriu a tendência de smartphones sem tomada e fones na caixa – aguardemos o possível “choque” do mundo Android quando a Samsung anunciar o Galaxy S21 (rumores indicam que é em janeiro mesmo).

Ah sim, o iPhone 12 Pro Max tem conectividade 5G. É compatível com o “5Gambiarra” das operadoras locais (5G DSS), mas estou desde março de quarentena em casa e meus breves roteiros de ir ao mercado/correios/comprar comida para a mãe são fora da área de cobertura do 5G DSS da Vivo, minha operadora.

O design da linha iPhone 12 é um belo acerto da Apple, resgatando o conceito do (já jurássico) iPhone 4, com cantos bem definidos e brilhantes, acabamento em vidro fosco na traseira (brilhante na parte das câmeras). Estou com o modelo azul-pacífico e ele é lindo – mas recomendável usar uma capa protetora. O smartphone é compatível com o novo padrão MagSafe para carregamento sem fios (e prender acessórios), mas não testei o recurso. Ainda sou muito cético em relação a carga sem fio para qualquer plataforma: é lento, esquenta e usar o cabo ainda me parece mais eficiente.

Na frente, o ex-polêmico notch/franja/testa por conta da câmera frontal/sensor para o FaceID (que, de super prático no dia a dia, se torna inviável no uso do iPhone com máscaras no rosto – e dá-lhe digitar a senha).

O conector de fones de ouvido já se foi faz tempo, e a tendência (de novo, apontada por Cupertino e seguida pelo resto) de usar fones sem fio é cada vez mais forte. Os Airpods Max que o digam.

As câmeras do iPhone 12 Pro Max

O iPhone 12 Pro Max é o diferentão da família, com o conjunto de câmeras/sensores mais avançado entre os quatro modelos:

uma lente ultra grande angular, com campo de visão de 120 graus

uma lente principal grande angular com um novo sensor muito muito muito luminoso (f/1.6, pixels de 1,7 micrômetros) com estabilização de imagem no sensor

uma telefoto (2,5x de zoom, equivalente a 65 mm, mas que somada ao sensor principal consegue chegar a 5x de zoom óptico)

o sensor LiDAR que é a coisa mais sensacional que a Apple (ou qualquer outro fabricante) poderia colocar em uma câmera. Não dá para errar o foco com ele.

a resolução das 3 câmeras é de 12 megapixels, e eu só percebi que não tinha citado isso depois que publiquei o texto. Prova de que a guerra dos megapixels não importa mais mesmo.

Na prática, isso significa fotos excelentes e nítidas demais. É a melhor câmera de smartphone em 2020.

A Apple fala muito em fotografia computacional no iPhone – em que hardware e software se unem para criar fotos perfeitas. O engraçado é que dá (de certo modo) para ver isso em ação (não consegui capturar a tela, infelizmente): ao abrir a câmera, o foco se fixa em áreas que o iOS entende que são a prioridade, principalmente em fotos de animais ou humanos, mostrando um retângulo (ou mais de um) que indicam as prioridades de foco e me lembram muito sistemas de rastreamento de pessoas com reconhecimento facial (em uma menor escala, algo como isso aqui),

Melhor mostrar que falar.

Primeiro, fotos gerais de céu, zoom, detalhes, grande angular – todas dentro de casa ou da janela do apartamento da minha mãe.

Uma série de gatos, para ver que o recurso Deep Fusion (ou “modo suéter” que pega muito detalhe) está cada vez melhor.

Alguns retratos – incluindo selfies e modo noturno (uma novidade muito bem-vinda também).

E o sensacional modo noturno. Antes de falar dele, contemplem a Matilda – um gato preto, difícil de fotografar à noite – em um ambiente mal-iluminado, apenas com a luz incidental da entrada da casa (à esquerda) e a luz da cozinha à direita. A olho nu você não percebe que tinha uma gata em cima do piano.

Com o iPhone 12 Pro Max, ela estava lá, nítida como se fosse dia. Tem um comentário que o Barba fez outro dia e eu lembrei ao ver essa foto: tem algo nos sistema da Apple que foca sempre nos olhos – sejam humanos ou de seu bichinho de estimação.

Mais algumas amostras de fotos à noite com o iPhone 12 Pro Max – vale notar que é o primeiro iPhone (ao menos que passa pelas minhas mãos e eu percebo isso) capaz de fotografar estrelas no céu. Nada novo para quem usa Android (saudades P30 Pro), impressionante para a câmera do iPhone.

E um bônus fotográfico descoberto ao acaso: as câmeras do iPhone 12 Pro Max são uma excelente câmera macro (basta ativar o zoom 2,5x e a fotografia computacional faz o resto).

Como lidar com o LiDAR

O sensor LiDAR (Light Detection and Ranging) mede quanto tempo leva para a luz refletir de uma superfície. Ele é o que faz as fotos serem muito nítidas e com o foco correto, mas é o recurso que mais me faz ficar pensando “mmm, isso aqui tem aplicações profissionais muito interessantes”. E acredito que se fosse engenheiro civil, arquiteto, decorador ou operador de AutoCAD estaria dando pulos de alegria ao saber do LiDAR nos iPhone 12 Pro. É algo de nicho? Sim. Tem potencial de coisas incríveis? Tem, sem contar os usos de realidade aumentada – outra coisa que eu não boto muita fé junto com o carregamento sem fios.

O LiDAR serve para criar mapas 3D de ambientes, com medidas exatas. Alguns aplicativos grátis na App Store já fazem isso – basta ter um pouco de paciência para escanear o ambiente de todo ângulo possível. Dos três apps que usei (Canvas, Scandy Pro e 3D Scanner App), o Canvas (que tem o nome mais genérico possível em 2020) é o que me pareceu mais eficiente – até com opções de renderizar seu ambiente 3D em um arquivo de AutoCAD. O Scandy Pro não usa o LiDAR, apenas o sensor da câmera frontal True Depth e não conta, e o 3D Scanner App me pareceu o mais básico. Vale para experimentar e ver o mundo (ou ao menos sua sala de TV) de outros ângulos.

Canvas

Canvas

Canvas

Canvas

Scandy Pro

3D Scanner App

3D Scanner App

3D Scanner App

Conclusões

Falar que iPhones são caros no Brasil é constatar o óbvio, o iPhone 12 Pro Max (preço sugerido: R$ 10.999 no modelo de 128GB, R$ 11.999 no de 256GB e R$ 13.999 no de 512 GB) . A Apple tem sua fiel base de consumidores que paga (ou, até antes da pandemia, trazia do exterior) o que vale o smartphone – nem que seja para usar como item da moda. Só que é um aparelho que vai durar alguns anos com uma excelente câmera e garantias de atualização de iOS por um bom tempo. Vale o investimento? Sem dúvida.

No anúncio dos novos iPhones, eu comentei que é a fase das câmeras super-nítidas. Usando o iPhone 12 Pro Max, no fim das contas eu estava certo

Leave a Reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *