Celular de cerâmica: conheça o material usado por LG e Xiaomi

Material criado para tela de celular se autorregenera em 24 horas

São Paulo – Químicos da Universidade da Califórnia em Riverside, nos EUA, podem ter resolvido um dos grandes dramas da atualidade. O grupo tem trabalhado com sucesso em uma tecnologia que permite que a tela de smartphones se autorregenerem de danos.

Os resultados preliminares são promissores. Em conversa com o site Business Insider, o químico Chao Wang contou que, em um dos testes, os cientistas fizeram cortes e arranhões em uma das “telas”. Depois de 24 horas, o material havia se regenerado.

O segredo por trás do material é que ele é feito de um tipo de polímero elástico e de sal iônico. Quando esses elementos estão juntos, eles criam uma ligação, chamada de interação íon-dipolo, em que um íon é atraído por um polo de uma molécula polar. Em resumo, moléculas e íons se unem para restaurar danos causados por perfurações e arranhões.

Segundo um comunicado da universidade, o material pode esticar até 50 vezes o seu tamanho original, é transparente e de baixo custo. A inspiração para criá-lo surgiu de uma paixão de longa data do cientista por Wolverine, o anti-herói das histórias em quadrinho que é capaz de se curar sozinho.

Esta não é a primeira vez que Wang usa os polímeros elásticos junto ao sal iônico. Em 2016, o pesquisador criou um material similar a um músculo que pode ser esticado até 100 vezes o seu comprimento original e que tem a capacidade de autocura quando é perfurado. Na época, Wang disse que o material era ideal para a criação de próteses para humanos e robôs.

Um material semelhante ao criado pelo químico já é usado nas traseiras de alguns smartphones, como a do LG G Flex. No entanto, ele não conduz eletricidade e, por isso, não pode ser usado em telas.

Wang prevê que a nova tecnologia seja usada em baterias e telas de celulares até 2020.

Veja abaixo o vídeo (em inglês) sobre a "tela":

Diamante, safira e muito mais: 5 materiais que protegem a tela do celular

Com o crescimento das telas de celulares e da popularidade da traseira de vidro , a resistência torna-se um quesito básico na hora de escolher um novo smartphone. Dessa forma, tecnologias como do Gorilla Glass e ShatterShield , bem como materiais inusitados são utilizados para aumentar a durabilidade de celulares e até mesmo de smartwatches, como o Apple Watch. Confira, a seguir, tecnologias que prometem telas praticamente indestrutíveis.

Como consertar celular que caiu na água

ShatterShield

Desenvolvida pela Motorola, a ShatterShield é uma solução que divide a tela em diversas camadas – envolvendo, até mesmo, uma parte em alumínio – a fim de trazer mais resistência aos celulares da marca. Dessa forma, elas aguentam melhor os impactos e impedem que o painel se estilhace e quebre com facilidade. Vale lembrar que o recurso destacou o Moto Z2 Force como o telefone mais durável durante o teste do site especializado Tom's Guide.

1 de 4 Moto Z2 Force: celular com tecnologia ShatterShield promete tela inquebrável — Foto: Thássius Veloso/TechTudo Moto Z2 Force: celular com tecnologia ShatterShield promete tela inquebrável — Foto: Thássius Veloso/TechTudo

Gorilla Glass

O Gorilla Glass é uma das principais referências da indústria na atualidade. Desenvolvido pela Corning, o vidro está na sexta geração, com a promessa de resistência a até quinze quedas de 1 metro. Atualmente, a tecnologia está presente tanto em celulares intermediários quanto premium, como o Moto X4 e Galaxy Note 9, por exemplo

2 de 4 Galaxy Note 9: tela de celular da Samsung tem resistência graças à tecnologia Gorilla Glass — Foto: Bruno De Blasi/TechTudo Galaxy Note 9: tela de celular da Samsung tem resistência graças à tecnologia Gorilla Glass — Foto: Bruno De Blasi/TechTudo

Dragontrail Glass

O Dragontrail Glass é uma alternativa ao Gorilla Glass. Desenvolvido pela japonesa Asahi Glass, o vidro promete alta resistência e está disponível nas versões Dragontrail e Dragontrail Pro. Exemplos de celulares com a tecnologia são o Galaxy J3, da Samsung, e o Redmi Pro 2, da Xiaomi.

3 de 4 Dragontrail Glass está presente no Galaxy J3, da Samsung — Foto: Carolina Ochsendorf/TechTudo Dragontrail Glass está presente no Galaxy J3, da Samsung — Foto: Carolina Ochsendorf/TechTudo

Tela de safira

A tela de safira promete substituir o vidro ou resinas de plástico, tendo a resistência a riscos como principal vantagem. Apesar disso, o material pode ser relativamente frágil quando se trata de quedas e ainda tem a questão do custo, que pode encarecer a produção dos dispositivos. Entre os aparelhos com o recurso estão o HTC U Ultra e o Apple Watch.

4 de 4 Apple Watch: relógio inteligente da Apple usa tela de safira — Foto: Thássius Veloso/TechTudo Apple Watch: relógio inteligente da Apple usa tela de safira — Foto: Thássius Veloso/TechTudo

Tela de diamante

Outra alternativa ao vidro é a tela de diamante. Desenvolvida pela empresa norte-americana Akhan Semiconductor, o material promete smartphones "indestrutíveis" e pode ser utilizado com outras tecnologias. A novidade, porém, está prevista para chegar apenas em 2019.

Relembre os celulares que marcaram 2018

Celular de cerâmica: conheça o material usado por LG e Xiaomi

Um novo material vem chamando a atenção em lançamentos recentes de celulares: a cerâmica, que se tornou uma alternativa ao vidro e metal na construção dos produtos. O modelo mais recente a apostar nesse tipo de design é o LG Signature Edition, uma edição especial do LG V30 .

O smartphone se une ao Xiaomi Mi Mix 2, ao Essential Phone e ao Apple Watch, entre outros equipamentos do mercado que usam cerâmica. Associada à resistência a riscos, durabilidade e conforto, a cerâmica apresenta prós e contras que você vai conhecer a seguir.

LG V30: conheça o smartphone premium da LG

As vantagens da cerâmica

O material usado por LG e Xiaomi é produzido com óxido de zircônio (também conhecido como zircônia), um composto com alta resistência a riscos. Essa característica torna a escolha pela cerâmica mais interessante do que o vidro, alumínio e plásticos diversos que aparecem nos celulares atuais. Alguns tipos de zircônia são tão resistentes que só podem ser riscados por diamantes ou safiras.

A cerâmica aplicada por essas fabricantes em seus smartphones, e em alguma medida pela Apple no Watch, também tem como ponto positivo a robustez. O material não torce e tem alta durabilidade, sem apresentar desgastes mesmo após anos de uso.

1 de 3 Essential Phone é exemplo de smartphones que aplicam a cerâmica — Foto: Divulgação/Essential Essential Phone é exemplo de smartphones que aplicam a cerâmica — Foto: Divulgação/Essential

Do ponto de vista físico, há ainda outro destaque do material: sua resistência à fragmentação. Mesmo que uma rachadura se abra na superfície da zircônia, ela dificilmente se alongará e se propagará ao longo dessa área. Essa característica é rara em cerâmicas. Se você já trincou alguma louça, deve ter notado que a trinca aumenta com o tempo.

Além disso, esse tipo de material tem um comportamento curioso do ponto de vista térmico, já que a cerâmica é um isolante térmico. Por conta disso, o smartphone não deve esquentar durante o uso. Outra vantagem do material está no fato de que ela não interfere em sinais de rede, ao contrário do alumínio, por exemplo. Isso significa que o material pode abrir caminho para formatos mais ousados, em que as antenas sejam posicionadas em porções do telefone que antes eram completamente inviáveis.

A zircônia ainda é mais leve que o metal, o que pode contribuir para que smartphones compensem essa leveza com mais bateria, por exemplo. Além disso, esse tipo de cerâmica pode ser manufaturado de forma que fique transparente, abrindo espaço para seu uso não apenas nos painéis traseiros dos celulares, mas também em suas telas.

2 de 3 Apple Watch possui versão mais cara que usa a zircônia — Foto: Divulgação/Apple Apple Watch possui versão mais cara que usa a zircônia — Foto: Divulgação/Apple

Há desvantagens da cerâmica?

Embora a zircônia seja um tipo de cerâmica muito mais resistente do que as utilizadas em louças, por exemplo, ela ainda é propensa à fragmentação. Isso significa que, se o celular levar um tombo, o painel de óxido de zircônio pode acabar apresentando trincas e outros sinais de fragmentação.

No tópico anterior, falamos que a cerâmica é um bom isolante térmico. A vantagem disso está no conforto, já que o usuário não vai sentir o celular quente na mão. A desvantagem, entretanto, está no fato de que todo esse calor terá que sair por algum lugar, visto que os componentes eletrônicos de qualquer smartphone são extremamente sensíveis a altas temperaturas, que podem causar danos a placas, telas e processadores, além da bateria, que pode até explodir.

Nesse caso, é interessante observar como as fabricantes vão direcionar o calor gerado por seus aparelhos, já que a dissipação da temperatura é essencial para o bom funcionamento do telefone. Um celular de cerâmica mal projetado pode sofrer os efeitos do calor ou direcionar toda a temperatura para as bordas metálicas e para a tela. Assim, o desconforto da pegada iria apenas mudar de lugar.

Outro problema da cerâmica está na fabricação, já que o processo de manufatura da zircônia envolve uma série de passos e materiais raros. Isso representa custos adicionais significativos às fabricantes, que acabam repassando ao consumidor.

3 de 3 Mi Mix, da Xiaomi, é outro exemplo de celular que emprega a cerâmica em sua construção — Foto: Divulgação/Xiaomi Mi Mix, da Xiaomi, é outro exemplo de celular que emprega a cerâmica em sua construção — Foto: Divulgação/Xiaomi

A questão da fragilidade

No início do texto, mencionamos como qualidades a capacidade a zircônia em resistir à riscos e a sua dureza. Entretanto, depois destacamos que, como qualquer cerâmica, ela é frágil. Embora essas informações possam parecer contraditórias, a cerâmica usada em celulares vivencia os dois cenários.

Para que você possa compreender a diferença entre esses conceitos, imagine o seguinte: você pode entortar uma caneca de alumínio, se aplicar força em uma das laterais, mas não vai conseguir fazer isso em um utensílio de cerâmica, mesmo que aplique toda a sua força. Agora, se você derrubar a caneca de alumínio no chão, ela vai resistir ao tombo e, talvez, entorte e apresente sinais de riscos na superfície. Já a caneca de cerâmica, se for derrubada, vai se estilhaçar em mil pedacinhos. Isso acontece porque o metal é maleável, mas não é frágil.

De certa forma, o óxido de zircônio tem essas mesmas características: dureza e fragilidade. A diferença está na apenas na intensidade em relação à cerâmica de produtos domésticos. A zircônia é muito mais resistente do que a cerâmica usada em utensílios, mas mesmo assim tem uma fragilidade maior do que o alumínio e está mais propensa a quebras em caso de tombos.

Leave a Reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *